Postagens

Mostrando postagens de maio, 2020

O conto de Júlio e Eleonora - 4

Imagem
Um conto de amor, castelos e alegoria Leia o capítulo 1 Leia o capítulo 2 Leia o capítulo 3 Decisão Dias se passaram. Júlio estava mudado. Passara a andar sempre cabisbaixo, sempre muito triste. Fazia suas atividades sem empolgação. Não estudava mais por conta própria. Visivelmente, carregava um fardo, ainda que não o confiasse a ninguém.  O abade notou a diferença no comportamento do rapaz. Quis intervir. Propôs conversar com o velho Oranius. Júlio dispensou essa alternativa. O abade pensava em falar com o velho mesmo assim. Mas, enfim, a ideia acabou se perdendo. Depois de meditar vários dias, Júlio chegou a uma conclusão. Devia esquecer Eleonora. Era a coisa mais lógica a fazer. A visão noturna do anjo com certeza estava certa quanto a ser impossível a realização do seu querer. O esquecimento, o fim daquele sentimento nocivo, era a consequência natural de se perceber isso. A morte era drástica demais, mesmo naquela situação. Ele sufocaria suas impressões, mataria seu interesse pela

O conto de Júlio e Eleonora - 3

Imagem
Um conto de amor, castelos e alegoria Leia o capítulo 1 Leia o capítulo 2 Anjo Acredito que você já compreendeu, pela minha insinuação no começo desta minha narração, que esta é uma história em que acontecem coisas fora do que se considera a ordem natural das coisas que estamos acostumados a ver. Estamos acostumados ao mundo físico, ou seja, ao mundo visível. Existem realidades além do mundo físico. E boa parte dessa realidade nem chega a ser sobre-humana. As visitas de Eleonora passaram a ser um hábito. E cada vez a amizade entre ela e o nosso jovem monge crescia. Sem perder a admiração que sentia na presença dela, ele já não ficava tão vexado diante da moça. Ia se tornando natural a relação dele com o inefável que era ela. Porém, como eu já disse, era tudo muito ingênuo. Nem o próprio abade chegava a ver problema naquela amizade, tamanha era a inocência com que se tratavam ambos os jovens. Júlio andava mais alegre, mais sorridente. Tinha um espírito de criança,