Le Stinche - Castelo ancestral dos Cavalcanti

(Vista do Castello delle Stinche em meio à floresta. Fonte: Marcelo Bezerra Cavalcanti)

Dentre as possessões da família Cavalcanti que mencionamos em um dos artigos anteriores, uma chama a nossa atenção de maneira especial. Toda a história que estamos narrando aqui sobre os nossos antepassados é sobre honra e sobre a construção de uma dinastia. Por isso é tão importante para o nosso objetivo explorar as ligações entre a nossa gente e outros grandes do passado, outros com os quais a grandeza dos nossos indubitavelmente ombreava. Igualmente importante é falar do senso de honra cultivado pelos nossos ao longo de gerações sucessivas, e sobre o grau de poder que tinham em si mesmos, e a autonomia com a qual o exerciam.
Dissemos que, na quinta geração da nossa família, Cavalcante dei Cavalcanti, filho de Gianozzo e neto de Guido Guerra III, era senhor de alguns castelos no campo. Entre entes citamos o Castello delle Stinche. É sobre esta fortaleza e sua história que gostaríamos de falar neste artigo.
Em 2008, as ruínas do Castello delle Stinche foram localizadas pelo pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, o que facilita se fazer algumas observações sobre essa antiga edificação. (TORRES) Abaixo se pode ver algumas imagens do local feitas nessa época, mostradas na pesquisa de Rosa Sampaio Torres, outra autora a quem os que agora pesquisarem sobre os Cavalcanti deverão muito.
(Fonte das imagens: TORRES)

O Stinche é uma fortaleza lombarda que se pode datar do século IX. Parece ter havido um assentamento romano no mesmo local onde veio a ser erguido o castelo. (TORRES) Isso não seria de estranhar, pois muitas construções romanas sobreviveram séculos depois do fim do seu império, sendo utilizadas e remodeladas pelas populações posteriores.
A busca feita por Marcelo Bezerra Cavalcanti permitiu confirmar que o Stinche se encontra em uma posição alta do território. Mesmo antes da descoberta de sua localização, as fontes sobre ele já afirmavam que se erguia sobre a rota dos lombardos, como se vigiasse o caminho da antiga via romana Flamínia. (TORRES) Era um ponto estratégico. O cume onde ele se ergue fora usado assim pelos romanos, para guardar a sua estrada. E ainda na Alta Idade Média ele era um local de interesse para vigiar o fluxo dos germânicos para a península.
O Castelo delle Stinche fica em Val di Greve. Localiza-se em um ponto alto da região. Em sua pesquisa, Rosa Sampaio Torres traz a possibilidade, colhida de outros, de que a denominação do castelo venha do inglês shin, significando "a borda superior da tíbia", e, por derivação, sendo usado para designar um local alto, um cume. (TORRES) Algum radical dessa palavra inglesa deve ter existido na antiga língua dos germânicos, e chegado com os lombardos à Itália, servindo para dar nome à fortificação.
Estar o Stinche em um local alto do terreno é condizente com o modo como se faziam os castelos na Alta Idade Média, e mesmo depois. Ele era uma fortaleza. É provável que originalmente tenha sido erguido para facilitar, vigiar e tornar segura a rota dos germânicos. E, mesmo depois, quando já havia tempos que os lombardos estavam estabelecidos na Itália, continuava útil como castelo altaneiro que guardava a propriedade feudal.
Essa fortaleza veio a estar na posse dos senhores feudais da família de que estamos tratando por meio dos Hildebrandeschi. Os Hildebrandeschi vinham de uma antiga linhagem nobre lombarda. (TORRES) No artigo em que resumimos a história da família Guidi, mencionamos de passagem uma pessoa dessa família. Guido III Guidi foi casado com Adeletta, filha de Hildebrand. Dissemos ali que esse Hildebrand era pai de uma família aristocrática grande, assim como fora Ucpold. Os descendentes de Hildebrand foram os que ficaram conhecidos como Hildebrandeschi.
O Castelo do Stinche - ou "Castello Delle Stinche", como encontramos nas referências, à italiana - fora uma propriedade dos Hildebrandeschi. Veio a pertencer aos Guidi por meio do casamento de Adeletta com Guido III de Modigliana. (TORRES) É bem possível que tenha sido doado a Guido como dote. Vale lembrar que o casamento era um meio comum de acrescentamento de posses e de status. Teudegrimo I - ou Tegrimo -, pai da família Guidi, recebera Modigliana pelo casamento. E, por causa dos requisitos de sucessão admissíveis na lei ripuária, era comum entre aquelas gentes que os filhos herdassem posses por via materna.
E por falar nessa gente que adotava a lei ripuária, Torres sugere a possibilidade de que Hildebrand fosse parente de Domenico Cavalcanti, o antepassado mais antigo do nosso sobrenome. Na verdade, a sugestão da dita autora é de que os dois fossem irmãos. Os dois viveram na mesma época - a primeira metade do século XI - e na mesma região - Toscana. O prenome Hildebrand, com seus derivados e suas variações de grafia - Hildebrando, Aldebrando, Aldebrandino, e outros semelhantes - se tornou comum entre os Cavalcanti, o que indica a origem comum entre as duas famílias. (TORRES) Sendo assim, Domenico seria tio de Adeletta. Essa afirmação faz sentido. Afinal, como dito quando falamos da origem dos Cavalcanti, a lenda sempre foi de que eles descendiam de um cavaleiro de Colônia, na Alemanha. Verdade ou não a história sobre o cavaleiro, tudo parece indicar que os antepassados dos Cavalcanti eram mesmo germânicos, e, mais precisamente, lombardos, estabelecidos na Itália durante o fluxo histórico desse povo e sua aristocracia para a península. A existência desse mito de origem e as relações que essa família estabeleceu desde tempos muito remotos com a nobreza lombarda torna razoável formular o parentesco entre Domenico e Hildebrand.
Sendo assim, por meio de Adeletta, a propriedade do Castelo do Stinche acabou por voltar para o mesmo grupo familiar original.
Adeletta dos Hildebrandeschi não era, como também dissemos antes, nossa antepassada. A linha genealógica que seguimos quando relatamos a história dos Guidi continua a partir do irmão de Guido III, Teudegrimo III. Pelo visto, esse Teudegrimo foi o herdeiro do irmão e da cunhada. E assim o Castelo do Stinche se tornou propriedade dos Condes de Modigliana.
A notícia seguinte sobre o Stinche é sobre ele ser propriedade dos Cavalcanti. O neto de Guido Guerra III, Cavalcante dei Cavalcanti, era senhor do Stinche. (ALBUQUERQUE et al., p. 11) É seguro concluir que o Stinche foi um dote dado a Gionozzo Cavalcanti quando este se casou com a filha do Conde de Modigliana. Deu-se, assim, várias gerações depois, uma reprodução do que acontecera na fundação da família Guidi, com Teudegrimo I - uma posse comital foi transmitida ao marido pelo casamento. E, certamente, assim como com Teudegrimo, o aumento de dignidade acompanhou a transmissão da propriedade e o novo laço de parentesco.
E essa propriedade veio a se destacar como base da família Cavalcanti durante um determinado período, e, mais especialmente, por causa do envolvimento deles com aquela que talvez tenha sido a principal questão política da Idade Média.
Já dissemos antes que a grande questão política medieval era a disputa de poder entre o Papa de Roma e o imperador do Sacro Império. Quem tinha maior autoridade? Quem tinha mais direito quanto a decidir os destinos da cristandade? Não havia uma noção clara da distinção entre autoridade espiritual e autoridade secular. Ora o imperador queria intervir na escolha dos Papas e bispos, ora o Papa acreditava poder intervir na escolha dos imperadores.
No século XII, essa questão havia se desenrolado a ponto de criar a disputa entre guelfos e gibelinos. O guelfos eram o partido que apoiava a autoridade do Papa, e os gibelinos, a do imperador. Essa disputa entre os partidos era especialmente acirrada em Florença. Ao longo do século XIII, porém, os termos deixaram de designar especificamente a questão entre a Igreja e o Império, e passaram a ser usados para definir de modo geral as duas coligações rivais na Itália. (WIKIPÉDIA) Entendemos então que nem sempre as pelejas entre guelfos e gibelinos tinham a ver diretamente com a questão principal, ou seja, a supremacia da Europa católica.
Florença no século XIII era uma cidade guelfa. Ainda assim, surgiu lá uma divisão entre os chamados guelfos negros e guelfos brancos. Os guelfos brancos tinham inclinações pela tese gibelina. (WIKIPÉDIA) Era a essa facção que pertenciam os Cavalcanti. (TORRES)
Por volta de 1300, o conflito entre os dois grupos guelfos estava em plena ebulição. Em 1300, uma batalha aconteceu em plena Praça da Santíssima Trindade. Esse não foi o único momento de confronto na disputa entre as duas alas, mas foi um marco. Carlos de Valois, filho do rei Filipe III da França, chegou a vir a Florença e ocupá-la, em apoio ao Papa. Naturalmente, o confronto pendeu para os guelfos negros, partidários próximos do Papa Bonifácio VIII. Isso resultou no expurgo da cidade dos guelfos brancos. (WIKIPÉDIA)
Em 1302, os membros da facção branca começaram a ser oficialmente exilados de Florença. (WIKIPÉDIA) Isso forçou os Cavalcanti a se retirarem da cidade e irem estabelecer seu centro de operações em seus castelos no campo, especialmente o bem localizado e naturalmente defendido Castelo do Stinche.
Mas os Cavalcanti não estavam em paz mesmo atrás dos muros de suas próprias fortalezas. Como já dissemos, todo esse período de formação das cidades-Estado italianas na Idade Média é marcado por um crescente processo de abarcamento do campo. Aos poucos, as comunas foram atraindo para si o controle da zona rural ao redor das cidades. Algumas vezes, isso parece ter se dado mais ou menos pacificamente, por tornar vantajoso para os nobres rurais virem morar na cidade. Outras vezes, porém, a mera diplomacia não cumpriu o papel, e as comunas entraram em guerra contra os nobres no campo para tomar a soberania de suas terras e fortalezas. Foi esse último método que, como vimos, acabou com o poderio da família Guidi.
Pelo visto, a simples expulsão dos intransigentes não deixou satisfeito o partido dos guelfos negros. Mesmo empurrada para longe, para eles ainda pairava a ameaça desses rebeldes, aboletados em suas fortificações no campo, talvez - quem sabe? - preparando uma nova investida contra o partido vencedor.
Foi por isso que se deu início a uma campanha de investidas contra muitos castelos de famílias originalmente feudais nas regiões de Val di Greve e Val di Pesa. Muitas fortalezas foram atacadas e pilhadas, muitos patrimônios foram destruídos ou sofreram ameaça - tudo com o objetivo de reduzir as forças e a resistência dos guelfos brancos. (TORRES)
Entre esses castelos atacados estava o do Stinche. Em 5 de agosto de 1304, a comuna de Florença despachou um contingente militar para tomar de assédio a fortaleza, que, pelo visto, se tornara a sede de resistência dos Cavalcanti. Mais ainda: o Stinche era considerado o "quartel general dos resistentes 'guelfos brancos'". (TORRES) De sede da família, o castelo se tornara o ponto chave estratégico de todos os exilados do partido ostracizado, um local de confluência dos resistentes. Antiga fortaleza militar e residência, o Stinche continuava a desempenhar o seu papel feudal, de proteger a propriedade e a soberania da nobre família a quem pertencia, de vigiar sobre suas terras, seu domínio e sua autonomia.
Os Cavalcanti resistiram. No entanto, não puderam vencer o cerco. O Castelo do Stinche foi tomado e parcialmente destruído. E seus senhores, bem como os apoiadores deles que lá se encontravam refugiados, foram conduzidos a uma nova prisão em Florença. E, por se referirem aos prisioneiros como "os do Stinche", a prisão acabou por ser apelidada com esse nome, (TORRES) e ficou conhecida como Carcere delle Stinche. Mesmo outras prisões na Itália passaram a ser chamadas também por esse nome, em referência àquela que serviu de cativeiro aos Cavalcanti resistentes. (WIKIPEDIA)
Em sua obra História de Florença, Maquiavel fez uma breve referência ao ataque da comuna ao Castelo do Stinche. Transcrevemos aqui o que ele diz, com a tradução:
Partiti i ribelli, si tornò Firenze nelle antiche sue divisioni; e per torre autorità alla famiglia de’ Cavalcanti, gli tolse il popolo per forza le Stinche, castello posto in Val di Grieve e anticamente stato di quella; e perché quelli che dentro vi furono presi furono i primi che fussero posti nelle carcere di nuovo edificate, si chiamò di poi quel luogo, dal castello donde venivano, e ancora si chiama, le Stinche. (MACHIAVELLI)
(Tradução livre: "Depois que os rebeldes partiram, Florença voltou às suas antigas divisões; e para tirar a autoridade da família Cavalcanti, tirou à força o povo do Stinche, castelo localizado no Val di Grieve e que antigamente lhe pertencia; e porque os que foram levados para dentro foram os primeiros a serem colocados na prisão recém-construída, aquele local foi mais tarde chamado, em homenagem ao castelo de onde vieram, e ainda é chamado, de Stinche.")
A passagem de Maquiavel parece se inclinar à favor da comuna. De fato, ela dá uma justificativa para o ataque, qual seja, reduzir o poder dos Cavalcanti. Embora sejam palavras de um simpatizante do partido rival, mostram o nível de autonomia de que gozava a nobre família em suas terras. A república de Florença ainda não havia estendido os seus braços a ponto de eliminar a antiga soberania que os Cavalcanti e outras famílias exerciam em suas possessões no campo. Pelo menos não até destroçar os seus castelos e trazer os senhores agrilhoados até às prisões da cidade. Foi apenas pela força que o Stinche foi curvado e passou a estar sob a jurisdição da comuna florentina.
Em uma época posterior, o Stinche foi restaurado e voltou a ser uma habitação da família Cavalcanti. (TORRES) Essa informação, no entanto, nos leva a crer que nem ela nem as terras ao seu redor voltaram a gozar do status de propriedade feudal ao modo como se fizera na Alta Idade Média; ou seja, seus senhores não exerciam mais soberania sobre ela. Não era mais uma posse comital e de governo independente.
Em agosto de 1480, o exército do rei de Nápoles, Afonso de Aragão, passou pela região e pilhou o já restaurado Castelo do Stinche, deixando-o outra vez parcialmente destruído. (TORRES) Sabemos disso através do livro Historia Fiorentina, de Piero Buoninsegni, escrito no século XVI. O livro também faz referência ao ataque anterior, perpetrado pelo governo de Florença, e à rendição forçada dos Cavalcanti e outros aliados. (BUONINSEGNI, pp. 122-123) Não temos notícia de uma nova ocupação depois desse novo assalto. Pelo visto, em algum momento depois disso, a fortaleza foi abandonada em ruínas, a ponto de ficar praticamente esquecida.
Em 2008, como dissemos, o pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti encontrou e identificou as ruínas do Castelo do Stinche. (TORRES) Temos citado aqui várias vezes as conclusões desse pesquisador, e nossos artigos sobre a família Cavalcanti devem muito a ele e seus companheiros de buscas. Algum tempo depois dessa data, aparentemente, o castelo foi adquirido por um particular. Desde então, as ruínas tem passado por um processo de restauração, que lhe está devolvendo o imponente aspecto anterior. Por ora, enquanto escrevemos este artigo, a restauração do Castelo do Stinche está em andamento. Ele ainda não está devolvido ao seu esplendor antigo. No entanto, muitos progressos já foram feitos, como se pode ver nas imagens abaixo, também reunidas e publicadas por Bezerra Cavalcanti.
(Casa menor do Castelo do Stinche)
(Prédio principal do castelo)
(O castelo visto de ângulos diferentes)

Pode-se notar pelas imagens que era uma construção muito sólida, sóbria e funcional, como eram os castelos na Alta Idade Média. De fato, era uma fortaleza. Embora vencida, deve ter dado trabalho aos de Florença que lhe fizeram o cerco.
O Castelo do Stinche permaneceu por muito tempo em ruínas e sem uso. A zona rural italiana é salpicada de pequenos castelos, muitos dos quais tem permanecido em uso contínuo desde suas origens. Muitos funcionam hoje como estabelecimentos turísticos e como casas de fazendas de vinhas e oliveiras. Talvez por isso o Stinche, à primeira vista, não chame muita atenção. Pode parecer mais um castelo entre muitos, com a desvantagem de, antes da sua descoberta, ainda precisar ser restaurado se se lhe quisesse dar uma utilização moderna. Isso deve justificar o fato de ele ter permenecido sem uso durante tanto tempo.
No entanto, na antiga propriedade pertencente ao castelo, outrora uma torre adicional foi erguida e também a vigiava. Essa torre, construída originalmente no século XIII, continuou a ser utilizada ao longo do tempo, como residência ou casa de fazenda. Ela obviamente pertencia aos Cavalcanti, visto que também vigiava a sua propriedade, embora fosse, naquela época, apenas uma construção secundária. Esse pequeno castelo continuou a receber acréscimos ao longo dos séculos, como tantos outros da paisagem toscana. Tem a arquitetura do tipo dos chamados "castelos naturais" ou "castelos espontâneos", ou seja, dos que foram sendo modificados ao longo do tempo conforme a necessidade e a ocupação. Atualmente nessa segunda fortificação funciona um belo e charmoso hotel, chamado Cosoli, não muito distante do castelo original do Stinche. (BERLENGHI, a, b; THE COSOLI) Abaixo estão algumas fotos de Cosoli disponíveis nas mídias do hotel.
(Fonte das imagens: TripAdvisor)

Há outra construção, porém, que no passado também fez parte da propriedade do Stinche e que permanece de pé, em uso, e com aspecto medieval. É o Mosteiro de São Pedro do Stinche - ou, como referido à italiana, Eremo San Pietro alle Stinche. Atualmente ele fica próximo à localidade chamada Panzano, entre Florença e Siena. (EREMO SAN PIETRO ALLE STINCHE, a) A notícia mais antiga da igreja de São Pedro do Stinche é de 1260. Embora seja claramente medieval, e tenha feito parte do território dominado pelo castelo, sua arquitetura simples não permite uma identificação clara de um período específico. Fato é que a pequena igreja continuou em uso até aproximadamente 1960, quando um êxodo rural na Itália fez com que a região onde ela está instalada ficasse praticamente desabitada. No entanto, em 1966, a igreja e os bens dentro dela foram adquiridos pela Associazione “Amici dell’Annunziata”, uma organização destinada a disponibilizar ao público a experiência da vida monástica. (EREMO SAN PIETRO ALLE STINCHE, b) Abaixo se pode ver algumas imagens do Mosteiro do Stinche.

A arquitetura da antiga igreja lembra a do castelo, como está ficando com a restauração - paredes sólidas e retas, janelas estreitas como seteiras, poucos arcos. Lembra algo da arquitetura românica, mas não muito, pois, como dissemos, faltam os arcos, característicos desse estilo. A construção pode ter sido desde sempre apenas uma igrejinha rural despretensiosa, simpática e isolada. E respira ainda o ar contemplativo tão apreciado em que viviam os monges na Idade Média.
A análise da história do Castelo do Stinche e de seu entorno nos permite formular algumas afirmações sobre como viviam os nossos antepassados. A história que estamos contando aqui é a história de uma dinastia que governou antes de existirem os países modernos; antes de existirem as atuais formas de exercício do poder. E este capítulo sobre o Stinche reforça o que viemos afirmando: a família de que estamos tratando tinha a sua nobreza fundeada no seu passado de senhores soberanos. A independência, a autodeterminação foi a regra pela qual se guiaram suas ações públicas no princípio. E essa antiga soberania foi o que, mesmo depois de ela ser extinta pela força, semeou o comportamento com que os Cavalcanti posteriormente continuaram a influir como puderam nos destinos da coletividade.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEZERRA CAVALCANTI, Marcelo. Gita in Volpaia, e Castello delle Stinche [...]. Volpaia, 23 de maio de 2023. Facebook: Marcelo Bezerra Cavalcanti. Disponível em: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid0eGJ97gsaaYyAifKWBKi913A8qq9EgndJ13zQKYtJiHkgSNN5rbY4HDAWhVoUqyznl&id=1655024753&mibextid=Nif5oz . Acesso em 31.10.2023
BERLENGHI, Viva. Cosoli, Charming Two-story Historical Villa Situated In The Heart Of Chianti. Disponível em: https://www.vrbo.com/3850565ha . Acesso em: 30.10.2023, a
BERLENGHI, Viva. COSOLI CHARMING HISTORICAL VILLA IN CHIANTI. Disponível em: https://www.tripadvisor.com.br/VacationRentalReview-g235123-d7225470-COSOLI_CHARMING_HISTORICAL_VILLA_IN_CHIANTI-Radda_in_Chianti_Tuscany.html . Acesso em: 30.10.2023, b
BUONINSEGNI, M. Piero. Historia Fiorentina. Disponível em: https://play.google.com/store/books/details/Domenico_Buoninsegni_Historia_fiorentina_di_M_Pier?id=58R2RK_Lb-AC . Acesso em: 28.10.2023
EREMO SAN PIETRO ALLE STINCHE. Eremo San Pietro alle Stinche. Disponível em: https://eremosanpietroallestinche.wordpress.com/ . Acesso em: 1°.11.2023, a
EREMO SAN PIETRO ALLE STINCHE. Storia dell’Eremo. Disponível em: https://eremosanpietroallestinche.wordpress.com/storia-delleremo/ . Acesso em: 02.11.2023, b
EREMO SAN PIETRO ALLE STINCHE. FotoTeca. Disponível em: https://eremosanpietroallestinche.wordpress.com/fototeca/ . Acesso em: 02.11.2023, c
MACHIAVELLI, Niccolò. Istorie fiorentine/Libro secondo. Disponível em: https://it.m.wikisource.org/wiki/Istorie_fiorentine/Libro_secondo . Acesso em: 27.10.2013
WIKIPEDIA. Castello delle Stinche. Disponível em: https://it.m.wikipedia.org/wiki/Castello_delle_Stinche . Acesso em: 27.10.2023
WIKIPÉDIA. Guelfos e gibelinos. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Guelfos_e_gibelinos . Acesso em: 25.10.2023
THE COSOLI. A little more on the house and its history. Disponível em: https://www.thecosoli.com/history . Acesso em: 31.10.2023
TORRES, Rosa Sampaio. Propriedades da antiga familia Cavalcanti na Toscana. Disponível em: https://rosasampaiotorres.blogspot.com/p/propriedadesda-antiga-cavalcanti-na.html?m=1

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